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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Público ou privado? Casa ou rua, metrô, ônibus, escritório?

Tentei minimizar meus juízos de valor ao máximo (tarefa difícil), para que saibam que esse texto não é um julgamento, mas uma forma que me possibilite entender o outro, e sua maneira de pensar que diferencia da minha. Geralmente, temos o hábito de excluir, ignorar, discriminar àqueles que nos são avessos, não obstante, é essencial à formação como ser humano, conhecer e aprender com o diferente.

Isto posto iniciemos o assunto. Não é novidade para ninguém que o mundo perpassa uma era de inovações tecnológicas. Percebemos isso nitidamente quando vemos cotidianamente milhares de pessoas, sem discriminação, com seus milhares de equipamentos. São tantos, e com tantos nomes que nos confundimos, mp3, mp4, e todas as suas variações, “ai fones” (iphone), notebooks, enfim todo aparato tecnológico que dispõe-se atualmente para a nossa demanda. No entanto não estou aqui para apresentar as inovações e evoluções nos equipamentos eletrônicos, de fato essa introdução nos serve para que vejamos a amplitude das interferências que tais dispositivos acarretaram em nossas vidas sociais.

Surge portanto uma pergunta. Que ligação há entre o título do texto e tudo que esta disposto no mesmo? Na verdade, não há problema algum em termos equipamentos hi-Tech, é louvável a busca pelo conforto, contudo o que me preocupa, e o que me motivou a escrever esse texto, é o modo que as pessoas os utilizam. Deixe-me expor melhor a situação para não dar margem a uma interpretação dúbia.

Quem nunca pegou um ônibus, metrô ou algo similar, que após adentrar para o interior dessas formas de transporte público, se surpreendeu com uma pessoa escutando musica (geralmente) do seu celular, no último volume. Alguns mais corajosos, cantando junto. Ora, as pessoas que se encontram (por exemplo) dentro de um ônibus, são realmente obrigadas a escutar um estilo musical que não gostam, no volume máximo, e com uma pessoa que (quase sempre) não tem talentos musicais, cantando junto? Amiúde, proferimos frases de efeito do tipo “sua liberdade encerra onde a minha começa” , “respeito é bom e eu gosto” e inúmeras outras que talvez não sintetizam tão puramente como as duas ora mencionadas. Afinal, eu tenho liberdade ou não para ouvir música na hora, lugar e volume que eu quiser? Eu tenho ou não liberdade para exigir algo do outro? Tenho direito, liberdade de usufruir de um espaço público como se estivesse em minha casa?

Borbulha na minha cabeça várias idéias, argumentações que esbarram na moral, bom senso, direito, até mesmo raiva e compreensão. Não pretendo desde já formular uma resposta derradeira sem ouvir outras opiniões sobre o assunto, a expectativa desse texto é muito mais de obter respostas do que de responder as questões suscitadas. E relembro, não estou aqui para julgar ninguém. Opinem! Acrescentem questões sobre algo que tem relação com o assunto tratado no texto.